quinta-feira, 22 de março de 2018

Easter Hat Parade


Dia 21 de março do ano da graça de 2018. A vila, resguardada na sua concha vinhateira, acordou plena de luz e encanto. No ar havia um perfume de terra molhada fruto das chuvas da invernia decretada pelo general inverno que soprou forte bem do alto do seu castelo, no Marão.
As mimosas já florescem nos caminhos, os pessegueiros e as cerejeiras começam a pintar a paisagem com as suas cores brancas e rosas. Os vinhedos ainda estão adormecidos à espera de iniciarem o seu caminho até ao lagar. Os pássaros, esses resistentes do universo, ainda têm as asas molhadas e os bicos mirrados pelo frio.
Os sinos nas capelas e campanários tocam a aproximação da Páscoa, as amêndoas dulcíssimas enchem as prateleiras dos supermercados e o sabor a pão de ló começa a fazer salivar os gulosos.
Em breve, acaba o 2.º período e com ele vêm as merecidas férias da Páscoa. Só que o nosso agrupamento resolveu, pela primeira vez, comemorar uma tradição da cultura de um dos países de língua inglesa: os Estados Unidos. A “Easter Hat Parade” é uma tradição que surgiu há cerca de dois séculos na cidade de Nova Iorque, mas acabou por se estender a muitas outras cidades americanas. Importada a ideia, a nossa primeira “Easter Hat Parade” pretendeu ser nada mais, nada menos, que um desfile de chapéus de Páscoa de muitas cores, que procurou a originalidade e a criatividade, representando, igualmente, a abertura a novas tradições, países e culturas.
Vieram os meninos e meninas do Assento, de Fontes, de São João de Lobrigos e do Centro Escolar de Santa Marta. Tal qual um afluente, juntaram-se ao rio de meninos das quatro turmas do 2.º ciclo. Vieram professores, auxiliares, gentes do vale e da serra, de olhos castanhos, verdes e azuis. Outras traziam as mãos gastas pelo trabalho duro dos socalcos. São as nossa gentes!
E como neste dia 21 de março se comemorava o Dia Mundial da Poesia, o grupo de português e a equipa da Biblioteca Escolar elaboraram marcadores de página com excertos de poemas de vários autores em Língua Portuguesa, todos eles alusivos à floresta e à natureza. Sim, por que também se comemorava o Dia Mundial da Floresta. Ah! E cada marcador tinha uma imagem com um exemplar de uma árvore… 4 em 1… Páscoa! Poesia! Floresta! Primavera!
Estão todos os parabéns! O Município por ter dito presente no momento em que o desfile abraçou o Edifício dos Paços do Concelho. A direção do Agrupamento por ter apadrinhado a ideia e ter contribuído para a organização e coordenação do desfile. Os pais e os alunos pela lição de trabalho, de dedicação e gosto pela beleza, patentes nos excelentes trabalhos apresentados! O grupo de inglês, sob a força motriz emanada pela professora Andreia Correia! A dedicação e a abertura de todos os professores titulares de turma dos dois ciclos! À GNR, que até tem um jipe de cores primaveris! Ao São Pedro que nos trouxe um dia sem chuva e com farripas de primavera! Por fim, agradecer à vida por nos permitir comemorar toda a beleza que há no mundo!

Professor António Martins, grupo de inglês










terça-feira, 20 de março de 2018



    Segunda-Feira 19 de março de 2018

        
          Novidades Escola Sede








                                                 



       Centro Escolar

                     
                                                






quarta-feira, 14 de março de 2018

Semana da leitura

Ao longo da semana da leitura, para além das visitas de vários elementos da comunidade educativa às diferentes escolas do Agrupamento, a leitura e as histórias estiveram presentes em muitas outras atividades. Exemplo dessas leituras são os trabalhos dos meninos da Pré de S. João de Lobrigos.




segunda-feira, 12 de março de 2018


  Segunda-feira 12 de março de 2018

      

           Novidades Escola Sede

                        

                                                    


                                                   


 
        Centro Escolar



                                            

Segunda-feira 5 de março de 2018


         Novidades Escola Sede




                                                  


                                                   


       Centro Escolar

                                                 

Semana da Leitura - dia 5

No dia em que encerrámos esta semana da leitura começámos por visitar a E.B.1 do Assento com a D.ª Modesta Rodrigues (presidente da Associação de pais) e com a D.ª Elsa Macedo que leu o conto de J.K. Rowling "O feiticeiro e o caldeirão saltitante" a todos os alunos da escola. Foi mais uma sessão em que fomos recebidos com muito carinho e atenção.
Para terminar visitámos a turma B do 6º ano e encerrámos esta semana da melhor maneira: com uma conversa sobre livros e leituras que marcaram uma vida, na voz da sr.ª vice-presidente da Autarquia, drª Sílvia Silva.
A biblioteca escolar agradece a todos os participantes nesta semana esperando que tenha sido tão gratificante para quem dinamizou as sessões como para os que assistiram.
Que as leituras continuem por todas as semanas do ano!


sexta-feira, 9 de março de 2018

Serafim, não será pedir demasiado

 Quase no final da semana da leitura divulgamos o conto inédito do professor António Martins, conto que obteve "Menção especial do júri" no concurso de contos de Natal Universidade do Algarve/ Departamento de Línguas/ Arandis Editora.




Serafim, não será pedir muito?



Numa grande cidade do sul de Portugal, onde os prédios tocavam o céu e provocavam pequenas feridas no teto do mundo, existia uma criança que se chamava Serafim. A sua mãe chamava-se Serafina e era costureira e o seu pai, Nicolau, era um padeiro muito famoso. Quando escreveu a carta ao Pai Natal, Serafim, não esteve com meias medidas, pediu mais de trinta coisas.
Logo a mãe do rapaz o avisou:
-Espero que compreendas que o Pai Natal transporta as prendas num trenó puxado a renas e não num camião, desses que cruzam as estradas da Europa, com as suas buzinas fortes e pneus gigantes.
A mãe referiu ainda que se tornaria impossível guardar tantas prendas no apartamento. Serafina pediu também ao filho que não fosse egoísta, ou seja, que pensasse nas outras crianças, uma vez que elas poderiam ficar sem brinquedos. 
- Terás de diminuir, obrigatoriamente, a lista de presentes. -  concluiu a Serafina.
Serafim fez cara feia, amuou, atirou a tijela de leite para o chão e fechou-se no quarto, batendo a porta.
O pai acordou com o barulho da porta. A mãe ainda estava perturbada com a reação do filho.
 -Ele quer pedir quase a loja toda e o quarto dele está repleto de brinquedos! – desabafou o pai. – Quando vivia na minha aldeia, perto de Famalicão, só tive uma prenda quando fiz dezoito anos.
- E eu só tive prendas quando me casei. O Serafim está a ser injusto e demasiado ambicioso.
No dia seguinte, na escola, a professora Lola, de olhos verdes e sorriso mavioso, perguntou a todos os alunos as prendas que tinham pedido ao Pai Natal:
- Serafim, diz lá, quantas coisas pediste ao Pai Natal?
- Trinta e cinco, professora- respondeu, orgulhoso.
A professora ouviu e fez silêncio. Quando as aulas terminaram e todos tinham ido embora, ela disse ao Serafim que não poderia pedir tanta coisa. Então, Serafim decidiu trocar a carta que tinha escrito, pedindo apenas vinte coisas.
Os pais continuaram a achar que ele tinha de diminuir a lista e não concordavam com a atitude de Serafim. O facto de ele ter boas notas na escola não justificava tamanha ambição.
Os dias para o Natal passavam vagarosamente, como a neve a cair nas montanhas das aldeias de Trás-os-Montes e das Beiras. Na cidade a confusão das compras para o Natal aumentava. Rios de gente nos “shoppings”, nas ruas e nas praças.
Nesse ano, a família não iria a Tondela, na Beira,  passar o Natal. Iriam para Trás-os-Montes, onde as giestas e o frio dominam a paisagem. O Natal seria perto de Miranda do Douro, a aldeia-natal de Serafina. Serafim era um menino de cidade, caprichoso e vaidoso e detestava tanto a terra do pai como a da mãe. E estava preocupado com o facto de ter de transportar as 35 prendas, perdão… 20, de volta para o sul. Felizmente, o pai tinha uma carrinha grande o que era excelente.
Chegaram a Picote, aldeia do concelho de Miranda no dia 24 de dezembro e estava um frio de rachar. Os sinos embalavam o espírito de Natal. Os avós estavam muito velhinhos e toda a aldeia parecia um lar… Eram primos e mais primos, todos cheios de rugas mas com um sorriso morno e doce. Na quentura da lareira, o avô contou histórias e histórias e lembrou o tempo em que o Pai Natal ainda nem sequer tinha nascido.
- Quando era da tua idade, Serafim, as prendas eram pedidas ao Menino Jesus!
- Como é que um bebé andava de casa em casa? Isso são tretas, avô.
- Nada disso. Ele vinha acompanhado pelos anjos. Ele apenas trazia a lista das crianças bem comportadas. E dava-lhes livros para a escola, pão para comerem, crias para as cabras e ovelhas, neve para brincarem…
- E os brinquedos? Não havia brinquedos?
- Não precisávamos de brinquedos. Brincávamos uns com os outros. Tínhamos muita neve e atirávamos bolas e fazíamos bonecos.
A avó acrescentou:
- Uma vez um rapaz, o Zé Pisco, pediu ao Menino Jesus cerca de 20 coisas diferentes. Imaginem que ele foi tão ambicioso que durante 20 anos não nevou em Picote.
- Sério? Não acredito!
- Verdade!- continuou o avô Augusto. – Só quando nasceu o primeiro filho dele, o Sérgio Pisco, passou a nevar de novo.
O sono foi chegando como estrela que rasga o firmamento… Serafim, ainda teve tempo de dizer:
- Eu só quero neve como prenda!!! Não quero mais vinte prendas.
A manhã acordou vestida de branco. A aldeia era toda silêncio. Os telhados pingavam. As ruelas estavam escorregadias. Nevava com suavidade e com beleza. Na sala uma caixa enorme de prendas… Serafim acordou e gritou de alegria por ver a caixa, mas, depois, lembrou-se da história do Zé Pisco. Preferiu abrir a porta e embriagar-se de branco, correr na neve fofa, e gritar em liberdade.
- Quem dera que não fossem brinquedos mas roupas para os velhinhos da aldeia!
No fim de muito brincar, montar um boneco de neve gigantesco e enregelar as mãos de criança, regressou com muita fome à casa dos avós. Ouviu a voz firme do pai:
- Ora esta, que vamos fazer com tantos casacos?

António Martins

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